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Por Jael Eneas
Em tempos de correria, a escolha nutricional é um desafio para quem deseja ter bom rendimento acadêmico.
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O corpo bem alimentado otimiza a memória e a concentração. Todavia, numa vida estudantil marcada pelo ritmo das conexões rápidas, favorece-se a incorporação de hábitos alimentares, por vezes, nocivos à saúde.
Há ocasiões em que, durante a rotina de estudo, por comodidade ou pela absoluta falta de tempo, opta-se pelos fast-foods, que se incorporam aos nossos hábitos alimentares. A péssima notícia é que esses alimentos são ricos em açúcares, gorduras e em nutrientes que travam a memória, favorecem a obesidade e suscitam doenças como diabetes e moléstias cardiovasculares.
Hoje o blog da VIVER Editora conversa com a especialista na área de nutrição Glaucia Barrizzelli Murino[1], mestre em ciências da nutrição humana, aplicada pela Universidade de São Paulo (USP). Ao especializar-se em nutrição pelo Hospital Israelita Albert Einstein, Glaucia Murino observa que vale a pena experimentar novos hábitos alimentares.
VIVER Editora
O que escolher: uma fruta ou fast-food?
Glaucia Murino
Com certeza uma fruta.
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VIVER Editora
Mas um fast-food é tão saboroso…
Glaucia Murino
Tem um detalhe: enquanto as frutas são ricas em vitaminas, minerais, compostos antioxidantes e fibras, os alimentos produzidos nas redes de fast-food são cheios de gorduras prejudiciais, açúcar, corantes e conservantes.
VIVER Editora
Isso significa sinal vermelho para sanduíches?
Glaucia Murino
O fast-food deve ser uma opção eventual. No dia a dia precisamos de “nutrientes de qualidade”. Quando falo em nutrientes de qualidade, não me refiro apenas às frutas, mas a todos os alimentos naturais, àquela comida preparada de preferência em casa e com ingredientes que vêm do hortifruti ou do supermercado.
VIVER Editora
Por que quem estuda deve se preocupar com isso?
Glaucia Murino
O cérebro precisa de bons nutrientes para trabalhar e o intestino precisa de fibras para funcionar. Precisamos da “comida de verdade”, rica em vegetais e com pouca carne, que proporciona tudo isso.
VIVER Editora
Existe relação entre intestino e cérebro?
Glaucia Murino
Sim. É preciso entender o papel do intestino no bom funcionamento do cérebro e na regulação das emoções. Um intestino que não funciona todos os dias fica cheio de toxinas, e isso tem impacto no cérebro.
VIVER Editora
Nesse contexto, as calorias exercem papel importante?
Glaucia Murino
Sim, de forma direta. O cérebro de uma pessoa que está estudando consome grande parte das calorias diárias. Fornecer essas calorias é fundamental, por isso dietas restritivas nessa fase não vão ajudar.
VIVER Editora
Dietas restritivas… o que é isso?
Glaucia Murino
Eu explico. Embora o jejum esteja na moda, a restrição de alguns grupos alimentares, como glúten e lactose, incluindo carboidratos ou gorduras, é altamente prejudicial e até perigosa para quem usa muito o cérebro.
VIVER Editora
Você está fazendo um alerta…
Glaucia Murino
Veja, as restrições só devem ser feitas em casos de alergias ou intolerâncias e com a supervisão de um médico capacitado ou nutricionista. Quer ter mais foco, melhor capacidade de memorização, menos ansiedade e mais controle das suas emoções? Dê para o seu cérebro o que ele precisa.
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VIVER Editora
Comer é ato cultural ou estilo de vida?
Glaucia Murino
Boa pergunta: não podemos ignorar o papel da alimentação como ato cultural, principalmente porque o Brasil é um país de dimensões continentais, onde os estados do Norte e Nordeste têm hábitos alimentares totalmente diferentes dos estados do Sul, por exemplo.
Respeitar essas diferenças culturais na alimentação é respeitar o indivíduo. Não existe fórmula pronta.
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VIVER Editora
Onde entra o ato de comer como um estilo de vida?
Glaucia Murino
À medida que me alimento de forma inadequada, assumo um estilo de vida e, infelizmente, a epidemia de obesidade e doenças crônicas não transmissíveis vem do descuido de uma alimentação não balanceada.
VIVER Editora
Existe dieta milagrosa para turbinar os estudos?
Glaucia Murino
A dieta milagrosa é aquela que se adapta ao seu estilo de vida, aquela que você adota sem sofrer, que fornece todos os nutrientes, fibras e antioxidantes. Dieta calibrada é aquela que tem a quantidade suficiente de calorias para o equilíbrio do seu corpo, sem engordar e nem emagrecer.
VIVER Editora
Hoje fala-se de dietas alternativas…
Glaucia Murino
Existem evidências de que a dieta mediterrânea e a dieta integral baseada em plantas são excelentes para o funcionamento do cérebro e para auxiliar no controle das emoções. Mas elas precisam ser adaptadas para o momento em que você está vivendo.
VIVER Editora
Que dicas nutricionais você tem para quem deseja mudar?
Glaucia Murino
- Comece pelo supermercado; ter ingredientes de qualidade vai facilitar na hora de preparar o alimento.
- Não compre “besteiras”, como chocolates, biscoitos doces, salgadinhos, iogurtes cheios de açúcar, etc.
- Para petiscar, opte por castanhas ou amendoim em pequenas quantidades, frutas picadas, granola, tomatinho-cereja, palitos de cenoura ou pepino, torradinha integral com homus e coalhada seca ou até mesmo uma barrinha de cereal ou de proteína de qualidade.
- Nunca pule refeições. Café da manhã, almoço e jantar são obrigatórios.
- Procure comer todos os dias no mesmo horário, com uma variação máxima de uma hora entre um dia e outro. Seu corpo vai se acostumar e sentir fome nos horários habituais.
- Não exagere no café e não se esqueça de se hidratar bebendo bastante água ou chá.
- Coma muitos vegetais e algumas frutas, cereais integrais, um pouco de carne, ovos e leite.
- E o principal: o ato de comer não deve causar estresse, ao contrário, deve trazer prazer e alegria.
Se você gostou do conteúdo, faça contato conosco. A VIVER Editora aposta em seus estudos e oferece pós-graduação para suas necessidades acadêmicas.
VIVER Editora
Paixão pela Vida
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