Os termos, de natureza abstrata, não são, contudo, a mesma coisa. O conceito de emprego surge por ocasião da Revolução Industrial, período de intenso desenvolvimento tecnológico iniciado na Inglaterra em meados do século XVIII. Foi o berço da indústria, das máquinas que consolidaram a formação do capitalismo.
Neste contexto histórico tem início a relação entre homens que vendem sua força de trabalho, recebendo em troca algum valor monetário, e homens que compram essa força de trabalho pagando baixos salários por jornadas extenuantes. Vários cientistas sociais têm estudado o fenômeno, porém foi Karl Marx (1818-1883) que o tratou sob perspectiva de crítica metodológica ao capitalismo.
O emprego se caracteriza por uma relação estável, podendo ser duradoura ou não, entre quem organiza a atividade produtiva e quem realiza essa atividade. Do ponto de vista jurídico, é um contrato no qual o possuidor dos meios de produção paga pelo trabalho do contratado.
A ideia de trabalho como conceito filosófico, por sua vez, tem origem mais antiga. Trata-se do esforço humano como fruto de um propósito, um sonho pessoal, no qual os meios da natureza se transformam pela aplicação das capacidades físicas e mentais do agente humano.
Nova Ordem
No pensamento dos economistas clássicos, o trabalho seria um instrumento criador de riqueza. De valor intrínseco, o trabalho exercido pelo mecânico, carpinteiro, médico, professor, por exemplo, pode ser entendido como um fazer humano relacionado à personalidade de quem o exerce.
Assim, mesmo sob impacto da tecnologia de informação, que tem modificado as relações econômicas entre empresas, empregados, governos, países, línguas, culturas e sociedades, prevê-se uma nova ordem entre o trabalho, estima pessoal e realização no mundo profissional.
A pós-doutora Ana Magnólia Mendes[1], coordenadora do Núcleo Trabalho, Psicanálise e Crítica Social e do Projeto “Clínica Lacaniana do Trabalho”, na Universidade de Brasília (UnB), em sua tese doutoral sobre “Valores Organizacionais e Prazer-Sofrimento no Trabalho”[2], que fez várias contribuições para a Psicodinâmica do Trabalho no Brasil, destaca a construção e validação de um instrumento que mede fatores de prazer e sofrimento no trabalho.
Composta por quatro fatores teóricos (valorização, desgaste, desvalorização, liberdade), a primeira dimensão de prazer se relaciona com a “realização profissional” no trabalho. Segundo Mendes (Tese Doutoral/Validação do Formulário, p. 6), essa realização se refere ao “sentimento de gratificação, orgulho e identificação com um trabalho que atende às necessidades profissionais”.
A pesquisa se tornou relevante ao incluir afirmações como: “sinto satisfação em executar minhas tarefas”; “meu trabalho é gratificante”; “quando executo minhas tarefas, realizo-me profissionalmente”; “sinto orgulho do trabalho que realizo” – o que demonstra que estar realizado no trabalho traz saúde e bem-estar.
[1]http://pesquisar.unb.br/professor/ana-magnolia-bezerra-mendes
[2]https://www.researchgate.net/publication/255645548_Valores_organizacionais_e_prazer-sofrimento_no_trabalho
Realização Profissional
O primeiro passo é transformar o emprego (lugar onde se consegue apenas uma renda) em trabalho (local onde você se realiza profissionalmente). Trata-se de um processo. A seguir, alguns pontos para reflexão pessoal.
- Busque a motivação correta
Tenha sonhos e busque novos desafios. Desenvolva confiança elevada para criar e inovar. Seja uma referência no seu segmento profissional.
- Elabore um Plano de Carreira
Escolha um curso que se conecte com sua vocação; seja racional na hora de traçar os objetivos; crie metas factíveis a partir de um plano de estudo; e estabeleça prazos viáveis de acordo com seu tempo, recursos e oportunidades.
- Premie suas conquistas
Comemore avanços pessoais. Valorize as pequenas conquistas. Lembre-se de que um trabalho bem reconhecido ou um feedback positivo já valem uma celebração. Sua autoestima vai agradecer!
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