“É no conhecimento que existe uma chance de libertação”. Leandro Karnal, historiador, professor e escritor brasileiro.
Dia 20 de novembro celebrado como o Dia da Consciência Negra merece uma poética. A data homenageia Zumbi dos Palmares, assassinado em 1695, na condição de um dos líderes do Quilombo dos Palmares.
Se a memória é um instrumental que constrói a história, a poesia em seus versos e prosa se vale da linguagem criativa, musical e figurada para resignificar o passado histórico. A estatística oficial aponta que cerca de 55% da população do país se constitui de pretos e pardos. Por isso, a contribuição da matriz afrodescendente se traduz na língua, na música, na arte, na gastronomia, na literatura e inúmeros aspectos da cultura brasileira.
Desde 2004, a Universidade Federal de Minas Gerais tomou a iniciativa de sediar na Internet o literafro, um portal da literatura afro-brasileira está presente na Internet. É uma rede de pesquisas com cadastro no CNPq. Centrado na pesquisa das literaturas africanas e afrodiaspóricas, o espaço virtual prove acesso a mais de 100 artigos, entrevistas e, claro, poesias.
Como gênero literário, convidamos a poesia para nos ajuda a refletir sobre a data. Não só por sua subjetividade, mas, sobretudo pela sonoridade, imagética e plasticidade. Em tempos de fluidez e descarte, o Dia da Consciência Negra nos convida buscar no profundo da consciência social, o significado maior da luta do povo negro por uma sociedade mais inclusiva e igualitária.
A PALAVRA NEGRO A palavra negro tem sua história e segredo veias do São Francisco prantos do Amazonas e um mistério Atlântico A palavra negro tem grito de estrelas ao longe sons sob as retinas de tambores que embalam as meninas dos olhos A palavra negro tem chaga tem chega! tem ondas fortesuaves nas praias do apego nas praias do aconchego A palavra negro que muitos não gostam tem gosto de sol que nasce A palavra negro tem sua história e segredo sagrado desejo dos doces vôos da vida o trágico entrelaçado e a mágica d'alegria A palavra negro tem sua história e segredo e a cura do medo do nosso país A palavra negro tem o sumo tem o solo a raiz. Cuti (Batuque de Tocaia, 1982) Luiz Silva, conhecido pelo pseudônimo de Cuti, é um escritor, poeta e dramaturgo brasileiro. Graduado em Letras pela Universidade de São Paulo em 1980, obteve os títulos de mestre em Teoria da Literatura e doutor em Literatura Brasileira pela Unicamp.
UFMG – Portal a Literatura Afro-brasileira
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Acesso: http://www.letras.ufmg.br/literafro/
Jael Eneas, Blogger
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